O Tocantins foi palco da segunda oficina Amazônia Legal Sem Resíduo, evento que tem como objetivo debater a gestão de resíduos sólidos nessa região, a fim de preservar os recursos naturais e minimizar a contaminação e a proliferação de doenças, visando promover a saúde do meio ambiente e da população. Conduzido pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), órgão de pesquisa vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o encontro contou com apoio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Tocantins (Semarh), além de outros parceiros, e foi realizado na quinta e na sexta-feira, 26 e 27 de setembro, no auditório do Tribunal de Contas do Estado (TCE-TO), em Palmas. A primeira edição ocorreu no estado do Acre, em julho.
Presente na abertura, o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Renato Jayme, chamou atenção para a importância da conscientização do cidadão por meio de ações de educação ambiental. “É fundamental que nós, gestores ambientais, saibamos que a conscientização da população sobre a destinação correta dos resíduos sólidos através da educação ambiental é reflexo de políticas públicas eficientes”, destacou.
Foram dois dias de debates com diversos atores com encaminhamentos que devem compor o diagnóstico da situação atual da gestão dos resíduos sólidos no estado, baseado na experiência dos municípios na oficina. Com foco na diminuição da geração de resíduos, o encontro traz uma oportunidade de debater soluções customizadas para a realidade local, com demandas específicas de cada região. O relatório final contendo as informações colhidas e as propostas levantadas será publicado no site oficial da oficina http://www.amazonialegalsemresiduo.ibict.br/.
Minimização
Thiago Rodrigues, pesquisador do Ibict, destacou a pluralidade de representantes dos municípios que compareceram e participaram, superando as expectativas da organização. “Nós montamos três mesas temáticas com foco em governança, tecnologias e saúde ambiental, onde houve muita troca de experiências, com propostas de soluções conjuntas entre municípios vizinhos”, disse. A minimização da geração de resíduos sólidos também foi colocada em debate e, segundo Thiago, é um desafio que requer mudanças de hábitos culturais pela sociedade contemporânea, que ainda é muito ligada ao consumo. “As pessoas ganham qualidade de vida e o consumo é reflexo disso. Então é preciso ter uma mudança cultural, que é muito forte, da busca por uma realização pessoal que se baseie em viver com menos, consumindo de forma mais sustentável”, pontuou.
Ações como essa orientam os gestores municipais a buscarem soluções simples, como apoiar a formação de cooperativas de catadores e associações de reciclagem, conforme ressaltou a secretária de Meio Ambiente de Xambioá, Marivalda Martins Borges. “É fundamental esse apoio, com o passo a passo, mostrando aos cooperados os benefícios, potencialidades e fragilidades, porque a partir do momento que eles conseguirem se familizar com a ideia fica mais fácil, já que montar uma cooperativa não é fácil”, destacou. Ela relatou ainda que essa é uma ideia que já estava sendo estudada no município desde a visita do Fórum Estadual de Lixo e Cidadania (FELC/TO), no último mês de agosto. “Nós recebemos a visita do FELC e desde então se abriu um leque de ideias e o interesse em ações que podemos realizar, especialmente reunir os catadores e montar a cooperativa”, disse.
Levando em conta a realidade dos municípios do estado e dos resultados da oficina, a previsão é que sejam apontados encaminhamentos com a indicação de tecnologias ambientalmente adequadas, observando as responsabilidades de cada ator envolvido na, e posteriormente, a elaboração de um guia de minimização de resíduos sólidos.
Amazônia Legal
A área de pesquisa do projeto é a Amazônia Legal, região composta por 9 estados brasileiros: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do estado do Maranhão (a oeste do meridiano de 44º de longitude oeste), perfazendo 772 municípios e área de aproximadamente 5 milhões de km²
Oficina foi realizada no auditório do Tribunal de Contas do Estado (TCE), em Palmas – Fotos: Fernando Alves/Secom-TO.
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