Pensar em políticas públicas efetivas de combate ao racismo e promoção da igualdade racial foi a forma adotada pela Prefeitura de Araguaína, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social. O assunto foi tema do 1° Seminário pela Igualdade Racial,realizado no auditório do Centro Universitário Itpac (Unitpac), nesta terça-feira, 20, quando se celebra o Dia da Consciência Negra.
As demandas levantadas pelos participantes farão parte da elaboração do Plano Municipal de Combate ao Racismo. O plano começará a ser elaborado a partir do relatório do seminário e deve ser aprovado já no ano que vem. As metas serão trabalhadas de forma integrada por diversos órgãos da administração pública: Saúde, Educação,Trabalho, Cultura, Assistência Social, entre outros.
União contra o racismo
A proposta do evento foi reunir lideranças da sociedade civil e representantes do poder público para dialogar sobre a luta para o enfrentamento do racismo. O Seminário foi realizado em parceria com a Associação Negra Cor e o Coletivo Flor de Pequi, com apoio da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Unitpac e Faculdade Católica Dom Orione (Facdo).
Na solenidade de abertura, o diretor municipal de Políticas Públicas Setoriais, Jhenmerson Rodrigues, justificou a necessidade da efetivação das políticas de combate ao racismo. “O foco dessa parcela de representantes é não ficar apenas numa estrutura, mas dividir, tentar atrair um público e criar um segmento demonstrativo desse protagonismo em vários setores do nosso Município”.
O diretor também comentou sobre o fato de 78% da população tocantinense ser negra, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. “Embora nossa população seja formada por maioria negra, não é difícil deparar com situações de racismo. Quando falamos de fomentar e ter progresso dentro das políticas públicas de combate ao racismo, a gente tem que zonear nosso Município”.
Inclusão social
A estudante Ana Letícia, deAraguatins, falou sobre a promoção de práticas de enfrentamento ao racismo, destacando as dificuldades encontradas pelo jovem negro no momento em que busca colocação no mercado de trabalho.
“As pessoas têm a falsa ideia de que com as políticas de cotas é fácil a inclusão do negro no ensino superior ouno mercado de trabalho, mas não observam quais são as vagas ofertadas”,comentou. Ana Letícia falou ainda sobre o empoderamento do jovem negro, valorizando sua cor e identidade visual, como forma de evitar o bullying nas escolas.
Na sequência, foi explanada a estruturação da população negra no período pré e pós-colonial; os aspectos sociais, legais e de resistência dos Quilombos; resistência negra no Século XXIe uma mesa redonda de diálogos sobre a promoção da igualdade racial.
Está prevista para dezembro uma reunião da Comissão de Promoção da Igualdade Racial, formada por representantes municipais, estaduais e nacionais, onde serão definidos os pontos a serem tratados no Plano Municipal de Combate ao Racismo. A expectativa é de que no início do próximo ano letivo já sejam programados os ciclos de palestras e debates itinerantes nas escolas públicas, municipais e estaduais. (Por Mara Santos | Foto: Marcos Filho Sandes/Ascom)
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