Promovida pelo Sesc, a maior iniciativa brasileira de circulação musical terá como temas a presença da mulher na música brasileira e composições dos Povos Originários do Brasil
Rio de Janeiro, abril de 2019 – O Sonora Brasil chega à sua 22ª edição com números que justificam o título de maior projeto de circulação musical do país. Promovido pelo Sesc, já alcançou 750 mil pessoas, com 6.098 concertos, de 85 grupos, em mais de 150 cidades brasileiras. Ao todo, 431 músicos já se apresentaram no circuito, que a cada biênio aborda duas temáticas diferentes e promove a circulação dos artistas por todas as regiões brasileiras. Em 2019/2020 os temas
apresentados serão “Líricas Femininas – A presença da mulher na música brasileira” e “A Música dos Povos Originários do Brasil”. O lançamento acontecerá em São Paulo, no dia 23 de abril, no Sesc Bom Retiro, com apresentação dos grupos Líricas Modernas e Wiyae.
“Há 22 anos, o Sonora Brasil desperta o interesse do público para expressões musicais identificadas com a história da música brasileira, apresentando grupos que estão fora dos grandes centros culturais. Durante dois anos os artistas se revezam pelo país, percorrendo todas as regiões, em extensa programação cultural”, explica Gilberto Figueiredo, analista de cultura do Departamento Nacional do Sesc.
Uma curadoria formada por profissionais do Sesc de todo o país é responsável pela escolha dos temas e grupos que integram a programação do Sonora Brasil. O tema “A Música dos Povos Originários do Brasil” será apresentado por meio de quatro circuitos, com dois grupos diferentes em cada, mostrando um pouco da diversidade musical e estética dos povos indígenas. Os circuitos são compostos pelos grupos tradicionais: Teko Guarani, do povo Mbyá-Guarani (RS) e Nóg gã, Kaingang (RS); Dzubucuá, do povo Kariri-Xocó (AL) e Memória Fulni-ô, Fulni-ô (PE); Opok Pyhokop, do povo Karitiana (RO) e Wagôh Pakob, do Paiter Surui (RO); e pelo grupo Wiyae que reúne os trabalhos da artista indígena Djuena Tikuna (AM) e da cantora e pesquisadora Magda Pucci (SP) do grupo Mawaca.
Já o tema “Líricas Femininas – A presença da mulher na música brasileira” busca dar visibilidade à produção das mulheres, que por muito tempo foi pouco reconhecida. Ao todo serão 14 artistas, compositoras e intérpretes que apresentarão ao público em quatro circuitos os programas compostos exclusivamente por obras de compositoras e letristas brasileiras reunidas especialmente para o Sonora Brasil.
Os circuitos serão divididos em: Líricas Modernas, Líricas Negras, Líricas Transcendentes e Líricas Históricas. Entre as artistas escolhidas estão Badi Assad, violonista, cantora e percussionista, conhecida por um estilo marcado pela versatilidade de linguagens – vocal, instrumental, cênica e corporal; Cátia de França, cantora, compositora e multi-instrumentista, cujas composições já foram gravadas por grandes nomes da MPB, como Elba Ramalho, Amelinha e Xangai; Gabriela Geluda, soprano, mestra em música antiga pela Guildhall School of Music and Drama – Londres; e Rosa Reis, cantora maranhense, que apresenta a música da tradição popular caminhando pelos palcos, dialogando entre os ritmos dos terreiros e das festas populares.
Até o fim de 2019, os 63 artistas dos dois temas farão 350 apresentações, em 97 cidades. O tema “Líricas Femininas” circulará pelas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste enquanto o tema “A Música dos Povos Originários do Brasil” seguirá pelas regiões Norte e Nordeste. No ano seguinte os grupos invertem as regiões fazendo com que todos circulem por todo o país.
“O Sonora privilegia temas que mantenham as raízes da música brasileira e que não tenham uma abordagem recorrente na mídia. Este ano estamos indo além, reforçando a importância do olhar diferenciado para a música feminina e indígena”, conclui Gilberto.
Sobre os temas:
Líricas Femininas – A presença da mulher na música brasileira
Por meio de uma abordagem cronológica, as Líricas Históricas apresentarão repertório com a obra e a história de compositoras representantes de várias fases da música brasileira. O grupo é formado por Gabriela Geluda, Anastácia Rodrigues, Priscilla Ermel e Vanja Ferreira.
Líricas Modernas abordarão repertórios da atualidade, com estética próxima da música popular, valorizando a experimentação e o uso de recursos expressivos inovadores, especialmente na voz. O grupo é formado por Lucinah, Badi Assad e Regina Machado.
Líricas Negras apresentará repertório ligado às tradições afro religiosas e obras que remetam aos elementos estéticos da cultura africana, somando vozes de resistência a elementos percussivos. O grupo é formado por Geórgia Câmara, Negravat, Rosa Reis e Vanessa Melo.
Líricas Transcendentes apresenta repertório relacionado às tradições musicais do meio rural, considerando o uso da música como meio de comunicação com as divindades. O grupo é formado por Déa Trancoso, Ceumar e Cátia de França.
Música dos Povos Originários do Brasil
A música é um dos elementos mais ricos da cultura e arte indígena e uma porta de entrada privilegiada a um universo tão diversificado ainda desconhecido O tema A Música dos Povos Originários do Brasil será apresentado por meio de quatro circuitos, com dois grupos diferentes em cada, mostrando um pouco da diversidade das manifestações sonoras indígenas, presentes em ritos e festejos. Com cantos, danças e instrumentos de cordas, sopro e percussão, três circuitos trazem grupos tradicionais, apresentando suas tradições culturais e cotidiano das aldeias. O circuito Wiyae apresentará um repertório de arranjos elaborados com utilização de instrumentos musicais não indígenas e o trabalho composicional e artístico de uma indígena da atualidade, mostrando as novas perspectivas sobre identidade cultural desses povos.
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Crédito da foto: Ricardo Ferreira
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