A situação é crítica e requer de todos nós os cuidados necessários, levando em consideração a vulnerabilidade, sobretudo, das populações indígenas recém contatadas e sem contato
A Organização Mundial de Saúde, na última quarta-feira (11), declarou pandemia mundial do novo coronavírus (Sars-Cov-2), que provoca uma doença grave, a Covid-19. A situação é crítica e requer de todos nós os cuidados necessários para evitar a proliferação do vírus. A declaração de pandemia é um reconhecimento de que a crise do coronavírus ameaça muitas pessoas de forma simultânea em todo o mundo, e pode ter consequências especialmente sérias para os grupos sociais mais vulneráveis.
Infelizmente, chegamos a essa situação devido à política de negação de muitos líderes mundiais quanto à rapidez do contágio, proliferação e letalidade do vírus, em especial para a parte da população mais vulnerável. Esses líderes reduziram a política social dos Estados, combatem o avanço científico e desdenham da proteção ao meio ambiente.
Aqui no Brasil, o governo Bolsonaro, totalmente despreparado, vem reduzindo o Estado para o benefício de grupos econômicos fundamentalistas, paramilitares e familiares. O sistema de proteção social e de saúde está desestruturado, colocando toda a população sob sério risco, especialmente a parte – majoritária – que depende exclusivamente do atendimento oferecido pelo sistema público de saúde.
A situação é agravada pela atitude negacionista do presidente da República, que tem optado por semear a confusão e a desinformação, contrariando orientações e constrangendo até mesmo integrantes de seu próprio governo.
Nesse sentido, o Conselho Indigenista Missionário – Cimi decidiu recomendar a todos os seus missionários e missionárias os cuidados necessários no que diz respeito ao contato com os nossos irmãos indígenas, evitando visitas a aldeias e cancelando encontros e reuniões que possam expor indígenas e suas comunidades à contaminação. Estes cuidados buscam contribuir para a preservação da saúde dos povos indígenas e decorrem da responsabilidade assumida pelo Cimi junto aos povos, levando em consideração a vulnerabilidade, sobretudo, das populações indígenas recém contatadas e sem contato.
Existem já protocolos de recomendação quanto à redução das aglomerações e da circulação de pessoas e quanto ao contato e higiene pessoal. Muitas agendas relativas às atividades de várias organizações estão sendo desmarcadas, para evitar a proliferação do vírus. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também está preocupada e várias atividades, encontros e seminários já foram cancelados.
Ao chamar atenção para a necessidade de respeito às medidas de prevenção e mitigação dos efeitos desta pandemia junto aos povos originários, nos somamos aos esforços de outras organizações e da própria Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que decidiu adiar a realização do Acampamento Terra Livre (ATL), anteriormente previsto para o mês de abril.
Reforçamos nossa recomendação de cuidado aos nossos missionários, missionárias, equipes e regionais e informamos que permaneceremos atentos a novas orientações das autoridades públicas e vigilantes acerca de quaisquer violações que venham a ocorrer contra comunidades indígenas neste período de zelo e cautela.
A Causa Indígenas é de Todos Nós.
Brasília, 17 de março de 2020
Conselho Indigenista Missionário – Cimi
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