O bate-papo com o tema “Gestão de unidade de beneficiamento de frutos do Cerrado” foi ao ar na tarde da última sexta-feira, 29, durante a Feira Agrotecnológica do Tocantins – Agrotins 100% Digital com a engenheira de alimentos, Graziela Paludo, especialista em agroindustrialização dos frutos do Cerrado.
O Cerrado, também conhecido como savana brasileira, é o segundo maior bioma da América do Sul, e traz uma diversidade enorme em sua fauna e flora. O Estado do Tocantins é privilegiado, pois seu território é tomado por este bioma, que possui frutos típicos que são valorizados na região.
A conversa foi mediada pela gerente de Fomento à Agricultura da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Aquicultura do Tocantins (Seagro), Verônica França, que de início, explicou que é possível manter o Cerrado preservado e ainda assim gerar renda, agregar valor e alavancar o desenvolvendo agroindustrial do Estado. “O Tocantins é um Cerrado de oportunidades. Esse é o caminho. Conectar todas as pontas. Mas a exploração tem que ser sustentável para ter uma matéria-prima de boa qualidade, logo, tendo excelentes produtos”, afirmou.
A engenheira de alimentos Graziela Paludo, destacou um case de sucesso no município de Nova Olinda. A Associação de Apicultores da cidade (Aapino) além de trabalharem com mel, também produzem polpas de frutas em períodos sazonais. Ela explica que eles adquirem a matéria prima de pequenos produtores rurais de assentamentos da região, assim, movimentando a economia local, e gerando renda aos assentados. “Essa atividade mantém a casa de polpa funcionando mesmo em todos os períodos do ano”, disse a especialista.
Graziela Paludo conta que a agroindustrialização agrega valor aos frutos do Cerrado. “A fruta do cajá, por exemplo, não tem tanto valor equiparado a polpa da fruta. Pois o produto tem uma durabilidade e versatilidade maior”, explicou.
Desafios
A engenheira também comentou um pouco sobre os desafios enfrentados por esses pequenos produtores, pois precisam de maquinário para transformar a matéria-prima (frutas) em polpas e outros produtos derivados. “O principal entrave desses produtores são a orientação. Muitos não têm a Seagro para orientá-los, e eles acabam se perdendo no caminho, e não conseguem manter o trabalho”, disse Graziela Paludo.
A especialista ainda pondera que muitos acabam investindo mais do que é preciso, e não tem noção do custo de operacionalização de uma casa de poupas. “Mesmo tendo equipamentos bons, eles acabam se desgastando e precisam ser substituídos ou consertados. E os produtores não possuem um capital de giro para manter estes consertos e outras despesas. E eles não estão preparados para estes custos antes das primeiras vendas”, explicou.
Gastronomia
Em uma pequena participação, a chef e embaixadora da gastronomia no Tocantins, Malena Mota, destacou a união dos setores para fomentar a economia. “Acredito no poder da gastronomia. Com a gastronomia , agroindústria e pecuária, poderemos alavancar a produção de frutos do Cerrado. Temos a responsabilidade de divulgar esses produtos. Ninguém faz nada sozinho. Todo mundo deve trabalhar unido”, concluiu.
Fonte: Brener Nunes/Secom/TO
Edição: Jakelyne Monteiro
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